quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nélter Queiroz afirma que está sendo ameaçado de morte

LUÍS JUETÊ
Da Redação

O deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) confirmou ontem que está sendo alvo de ameaças de morte. Entrevistado no Jornal do Dia (TV Pontanegra), o parlamentar denunciou que diariamente recebe ligações telefônicas fazendo ameaças contra sua vida. O parlamentar informou que uma das suas principais bandeiras para o seu sexto mandato será, cobrança em torno de esclarecimentos a respeito de crimes cometidos, principalmente na região do Vale do Açu. "Em Assu, se mata uma pessoa como se estivesse matando uma muriçoca", comparou o peemedebista.
Ele revelou que há muito tempo não visita a cidade de Assu temendo ser alvo de atentados. "Eu sou perseguido por algumas pessoas de lá que se magoam quando eu digo isso publicamente. Vou levar esse discurso para o plenário da Assembleia Legislativa e sei que vou correr risco de vida, mas eu não tenho medo. Eu só tenho medo dos covardes que usam capacetes para me matar. Já foi gente dentro da Assembleia Legislativa me matar e o que não ocorreu porque eu fui avisado anteriormente", revelou Nélter.
O parlamentar do PMDB entende que as ameaças de morte que recebe diariamente são justificadas pelas denúncias feitas por ele dos crimes ocorridos em Assu. Nélter Queiroz disse que vai se reunir com o procurador-geral de Justiça Manoel Onofre para abordar essa questão e pedir além de apoio do Ministério Público para solução dos crimes, proteção a sua vida.
Nélter Queiroz explicou que a grande maioria dos assassinatos ocorridos em Assu são comandadas por apenados que estão na Cadeia Pública de Caraúbas. "Precisamos ter muito cuidado porque muitas vezes se prende e a Justiça solta. Está havendo um ferimento das leis", lamentou Queiroz.
O deputado Nélter Queiroz utilizou-se de cautela para falar a respeito do primeiro mês de administração da médica Rosalba Ciarlini (DEM). Ele fez questão de dizer que não tem condições de radicalizar em seu discurso e acusar o governo de qualquer coisa. "E também não tenho como cobrar nada dela neste momento. Nós temos um prazo para cobrar. No mínimo cem dias, então, eu não vou dizer agora que o governo está bom ou está ruim. O governo tem que tomar as providências que tomou e mais adiante eu farei a minha avaliação em uma plenária ou através dos veículos de comunicação do nosso Rio Grande do Norte", avisou o deputado estadual.
Ele disse ainda que a própria chefe do Poder Executivo estadual reconheceu que está falando demais a respeito do governo anterior e que necessitaria minimizar suas críticas. Nélter Queiroz aproveitou para frisar que diariamente os cofres públicos do Estado recebem dinheiros referentes à arrecadação de impostos sobre o consumo de energia elétrica, telefonia e que permitem ao Executivo fazer caixa. "O Estado tem hoje caixa e muito. A arrecadação de janeiro foi bem maior do que se esperava pela programação financeira e de planejamento", destacou Nélter Queiroz.
O parlamentar discordou das críticas em torno da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) quanto a transferência do megatraficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar para o Presídio Federal de Mossoró. "Tem que reclamar com a presidente Dilma Rousseff e com presidente Lula. Eles que trouxeram o Presídio Federal para Mossoró", corrigiu o deputado.
No que se refere à eleição para a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, Nélter Queiroz com a experiência de seis mandatos consecutivos, considerou o pleito ocorrido na semana passada como sendo diferente de todos que já havia acompanhado em sua trajetória no Palácio José Augusto. Ele lembra que o vice-governador Robinson Faria (PMN), juntamente com o presidente eleito Ricardo Motta (PMN) costuraram apoio de todas as agremiações partidárias com assento no Legislativo. Queiroz frisou que o PSB estava unido, os Democratas (DEM) estavam unidos também, enquanto o PMN, o PR e o PMDB estavam divididos em relação à disputa até que o deputado Raimundo Fernandes (PMN) decidiu renunciar a candidatura e assim a primeira-secretaria, alvo de maior disputa, terminou sendo ocupada pelo deputado Poti Cavalcanti Júnior (PMDB).
Nélter Queiroz rememorou que houve uma tentativa de atribuir a culpa do impasse à primeira-secretaria para o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB) e, depois em seguida para o vice-governador Robinson Faria e para o deputado Ricardo Motta em relação à desunião do PMDB.
Ele entende que a Assembleia Legislativa, na condição de Casa do Povo, deve apresentar uma união para a sociedade e não tornar público polêmicas que o parlamentar considera menores. "Os deputados têm de estarem unidos em torno do bem comum", observa. Nélter também criticou o duelo travado entre os parlamentares mais velhos e os novatos. Segundo ele, houve uma tentativa de tirá-lo da quarta-secretaria, emplacando o deputado Vivaldo Costa (PR) que, por sua vez, não abriu mão da sua candidatura.
O parlamentar reafirmou que vai disputar a quarta-secretaria e, de acordo com os seus cálculos tende a ser o escolhido. O deputado peemedebista fez questão de minimizar toda a polêmica envolvendo a disputa, afirmando que todos os cargos da Mesa Diretora são menores. "Com todo respeito aos cargos, mas o cargo principal é o de presidente da Assembleia Legislativa. Será o presidente quem vai administrar a Casa", afirmou o parlamentar.
Para ele, se constitui em um grave erro misturar bancada de oposição e bancada de governo na disputa para a Mesa Diretora. "Isso é totalmente à parte. Eleição para Mesa Diretora independe de governo ou de oposição", explicou Queiroz voltando a dizer que, no plenário da Assembleia Legislativa, sua posição será de oposição ao governo Rosalba Ciarlini. "Eu serei oposição até o último dia de governo", reafirmou o peemedebista, assinalando que não tem pretensões de radicalizar em seu discurso e sim, fazer uma oposição de maneira responsável e principalmente coerente.

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