quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ja bebi posso falar..

AS MAZELAS QUE A BEBIDA
REVELA PRA HUMANIDADE


01)Abandonei a bebida
Pra não me tornar demente
Não quero tomar café
Nem do frio nem do quente
Não quero mais jogar bola
Isolei a Coca - Cola
Antes de ficar doente 

02)A bebida dá cirrose
O café labirintite
A Coca - Cola é nociva
Pra quem sofre de gastrite
Futebol até consola
Mas, quem corre atrás de bola
Paquera com sinusite

03)A bebida até parece
Que é feita pelo cão
Além de trazer doenças
Causa degeneração
Quem se excede na tequila
Se for pessoa tranquila
Acha fácil, confusão

04)Evite o primeiro gole
Viva na sobriedade
Tenha uma vida decente
Mate a ociosidade
Não se envolva em roubalheira
Se esquive da saideira
E cultive as amizades

05)Já tomei porres homéricos
Me envolvi em bacanais
Duas vezes na sarjeta
Já cai, não caio mais
E toda segunda feira
Tinha vida rotineira
Entre caldo e sonrisais

06)O bebum inveterado
Até a si, surpreende
Traz problemas pra família
Inclusive até vende
Suas coisas, as da mulher
Gasta tudo em cabaré
Na ressaca se arrepende

07)O alcoolismo na verdade
É um problema social
Quem bebe perde o conceito
O respeito e a moral
Dá adeus aos olerites
E ainda perde, acredite
A vida num hospital

08)Minha primeira sarjeta
Foi no meu bairro, o Alto
Foi lá na Dona Nenzinha
Ao beber cair do salto
Parecia um indigente
Capotei, caí de frente
Dei de cara com o asfalto

09)Eu fui taxado de porco
Por uma amigo que eu tinha
Quem me fez a confidência
Foi uma amiga vizinha
Que disse a me aconselhar:
- Não fique a se embriagar
Respeite sua mãezinha

10)Certa vez tive bebendo
Com o amigo Saraiva
Bebi tão descontrolado
Talvez tivesse com raiva
Depois de ficar melado
Dormi num banco sentado
Lá na Osório de Paiva

11)O que não quero pra mim
Não desejo pra ninguém
Só pretendo coisas boas
Pra mim e você também
Se você bebe cachaça
Se livre dessa desgraça
Para o seu próprio bem

12)Cachaça é somente o termo
Que no momento utilizo
Mas, toda bebida alcoólica
Só revela prejuízo
Quem consome em demasia
Mais cedo, mais tarde, um dia...
Perderá todo juízo

13)Cesário saudoso irmão
Se meteu neste embaraço
Andava com um violão
Sempre debaixo do braço
Bebendo de bar em bar
Cantando para alegrar
Com a vida em descompasso

14)Nossos amigos que bebem
Nem todos tem compostura
Muitos fingem quando bêbados
Serem dóceis criaturas
E muitos pela bebida
Desejam que nossas vidas
Descansem nas sepulturas

15)Os amigos de Cesário
Que eram tantos, tão legais
No dia de sua morte
Desapareceram os tais
Do meu irmão esqueceram
E poucos compareceram
Aos ritos e funerais

16)Gente ilustre, gente fina
Da alta classe social
O chamava pra animar
Seu ego, seu bacanal
Quando ele foi internado
Poucos tiveram o cuidado
De vê-lo no hospital

17)E assim são os exemplos
Derivados da bebida
É gente morrendo cedo
Afogando a própria vida
Quem bebe pra extravasar
Ou morre dentro de um bar
Cabaré ou avenida

18)Quando eu estou bebendo
Sou craque igual o Pelé
Dou finta, faço firula
Faço a festa em cabaré
Com dinheiro na carteira
Viajo na gafieira
Nos braços de uma mulher

19)O efeito colateral
Dessa farra é bem sentido
Você chega em casa liso
Que nem cachorro ferido
E pode até se dar mal
A mulher tacar-lhe o pau
E a mão no pé do ouvido

20)Também a mulher alcoólatra
Lhe recai grandes sequelas
Bebida denigre os homens
Vocês imaginem elas
Que seja mulher ou homem
Se exagerar no " consome "
O motor bate a biela

21)Quantas cachaças tomei
Sem mágoa, sem dissabor
Apenas pelo prazer
De ser um degustador
Quando em casa eu adentrava
A minha mãe exclama:
- Graças a Deus , chegou !

22)Orava muito mamãe
Naquela ânsia tão louca
Pra ver o cantor de volta
Para não vê-lo de touca
Não falo com exagero
Rezava com desespero
Que dava câimbras na boca

23)Tantas dores de cabeça
Sentiu a minha mãezinha
Eu bebia feito um gola
Da amarela e da branquinha
Digo e não peço segredo
Saía de manhã, cedo
Chega pela tardinha

24)Chegando na hora dita
Sem ter de mamãe aprovo
Mesmo assim ela fazia 
Um caldo com pão e ovo
Depois do caldo bebido
Refeito e bem ressarcido
Eu ia beber de novo

25)E adentrava na primeira
Baiúca que avistasse
Bebia de todo jeito
Que pagasse ou não pagasse
Queria era se melar
O dono daquele bar
Ele que se virasse

26)É tempo de bonvivant
Essa vida de boêmio
Mas, a taça das conquistas
São mazelas como prêmio
Uma ilusão hipnótica
Olhando por essa ótica
É melhor ser abstêmio

27)É mui triste quando alguém
Pergunta a uma criança;
- Meu filho cadê seu pai ?
E esse sem esperança
Diz: - não sei onde ele está
Deve está em algum
Bebendo e enchendo a pança

28)No momento eu não bebo
Qualquer bebida alcoólica
Nem por isso vou vivendo
De forma triste e bucólica
Não tõ querendo ser santo
Mas, t|ô mais perto garanto
Das atitudes católicas

29)A maior dificuldade
Que um abstêmio enfrenta
É aquele velho amigo
Que vez por outra o atenta
Oferendo cachaça
Aperta-lhe a mão e abraça
Chama de pedra noventa

30)Quando esse tipo de amigo
Ficar conscientizado
Que você está decidido
Não viver embriagado
Não vai mais lhe assediar
E vai se certificar
Que ele quem estava errado

31)Aí você pode crer
Que sua vida mudou
Mesmo assim tenha cuidado
Porque o diabo atentou
Por três vezes Jesus Cristo
E Deus Pai sabendo disto
O capeta exorcizou

32)Botarei ponto final
Agora neste meu verso
Transcrevendo este cordel
Imagino ser sucesso
Se não for não há problema
Tô eu no passo da ema
Adeus vida de regresso.









Nenhum comentário: